sexta-feira, 24 de junho de 2016

Governo Alckmin decide privatizar monotrilho da zona leste

24/06/2016  - Folha de SP

RODRIGO RUSSO

EDUARDO GERAQUE

Com dificuldades financeiras para expandir e manter a rede sobre trilhos em São Paulo, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu conceder à iniciativa privada a operação do monotrilho da linha 15-prata, na zona leste.

O martelo foi batido neste ano e recebeu aval na última reunião do conselho gestor das PPPs (Parcerias Público-Privadas). Agora, haverá um detalhamento do projeto.

Com a decisão, ela se tornará a terceira privatizada –a 4-amarela já é operada pela ViaQuatro, e as obras e futuros serviços da 6-laranja estão contratadas com a Move-SP.

Inaugurada em 2014, a linha 15-prata foi a primeira do Estado a adotar a tecnologia de monotrilho, um tipo de trem elevado, visto por especialistas com desconfiança. Ela sofreu seguidos atrasos (antes do atual edital, foi prevista para 2012, depois para 2015), ficou mais cara (a fase de obras superou em mais de R$ 300 milhões a estimativa) e funciona hoje com 2,9 km entre as duas estações: Oratório e Vila Prudente.

A segunda fase, que está em construção, prevê que a linha chegue com mais 10,1 km até a região de São Mateus em 2018. A ideia é que ela já esteja sob operação privada com essas estações.

Como revelou a Folha em 2014, as obras da linha 15-prata chegaram a travardevido a um córrego não previsto no projeto original –embaixo do trecho em que as obras para três estações seriam feitas. Foi preciso uma nova intervenção de engenharia para desviar as galerias de água na região, algo que foi concluído somente neste ano.


TERCEIRA ETAPA

A privatização foi definida pelo Estado como forma de evitar a contratação de mais funcionários ao Metrô e tentar levantar parte da verba para concluir outras linhas em atraso ou comprar trens para sua operação.

A linha 15-prata também tem uma terceira etapa projetada, com mais 11,5 km até Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste, mas que ficou congelada devido à falta de recursos para avançá-la. Atualmente, a rede sobre trilhos não se sustenta apenas com a arrecadação da tarifa paga pelos passageiros.

A injeção de recursos para manter a operação da CPTM é próxima de R$ 1 bilhão no ano. No caso do Metrô, a empresa só depende de repasses estaduais referentes às gratuidades e descontos –por exemplo, a estudantes e idosos.

Mesmo assim, a gestão Alckmin chegou a dar um calote no Metrô no ano passado –deixando de repassar R$ 66 milhões dos R$ 330 milhões previstos para esses gastos. Com menos de 80 km construídos ao longo de mais de quatro décadas, a rede de metrô de SP é pequena em relação a outras metrópoles mundiais, mas bastante ocupada.

A tendência é que, conforme sua expansão avance, haja diluição do número de passageiros por quilômetro, assim como maior ociosidade em alguns momentos –podendo encarecer a operação.

Além da 15-prata, a gestão Alckmin também mantém estudos para a privatização de outras linhas sobre trilhos. Por exemplo, de duas das seis linhas da CPTM, a 8-diamante (que faz a ligação de Itapevi ao centro de São Paulo), e a 9-esmeralda (que beira a marginal Pinheiros). O conselho gestor do programa de PPPs de Alckmin afirma que essa proposta ainda "segue em análise devido à sua complexidade".

O governo também já manifestou interesse de conceder a linha 17-ouro de monotrilho (que passará por Congonhas). A proposta, porém, ainda não foi aprovada.


CÓRREGO

Existe um obstáculo a menos para que as atrasadas obras do monotrilho da linha 15, na zona leste de São Paulo, possam ser finalmente concluídas. O córrego que passava embaixo da futura estação Vila Tolstói foi desviado e não impede mais a colocação das colunas do prédio.

Na fase de projeto, o risco de a galeria atrapalhar a construção da estação foi subestimado pelos engenheiros do governo Geraldo Alckmin (PSDB). O Metrô de São Paulo teve que parar as obras para, então, desviar o curso do córrego Mooca, que passa pelo local. O órgão não revela em quanto o erro de avaliação dos técnicos encareceu o projeto.

Agora, o córrego faz um desvio embaixo do espaço destinado à futura estação. Ele corre cerca de 100 m por baixo da própria av. Prof. Luiz Ignácio Anhaia Mello e volta ao canteiro central. No buraco que ainda existe sob a futura estação é possível ver as bases dos 12 pilares que, feitos dentro do antigo córrego, sustentariam o edifício. Eles serão enterrados pela nova base de apoio do prédio.

O córrego que "apareceu" no meio da construção da linha é apenas um dos problemas que se acumularam durante toda a fase de execução do projeto. Por causa disso, as obras de continuação da linha (que hoje só opera entre duas estações), chegaram a ser previstas para 2012, passaram para 2015 e, agora, para 2018.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Metrô retoma monotrilho, muda projeto de estação e atrasa ligação com CPTM

23/06/2016 - Istoé

Estadão Conteúdo

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) terá de redesenhar a futura Estação Morumbi do monotrilho, da Linha 17-Ouro, ramal cujas obras foram retomadas nesta semana, após cinco meses de paralisação. Assim, a ligação do Aeroporto de Congonhas com a rede metroferroviária, prometida pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para a Copa do Mundo de 2014, não tem mais data para se concretizar.

As obras da Linha 17, suspensas em janeiro após desentendimentos entre o Metrô e as empreiteiras encarregadas da obra, foram retomadas anteontem, segundo informou o governador. “Já estamos hoje com cem trabalhadores”, disse ontem, referindo-se a um lote de obras que prevê três estações – Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan.

A construção da linha é dividida em quatro contratos. Um deles é das vigas, trens e sistemas, assinado com um consórcio liderado pelas empresas Andrade Gutierrez (obras) e Scomi (trens). Dois dos contratos vão para a construção das estações. O quarto é do Pátio de Manobras Água Espraiada. Apenas o primeiro lote, com as Estações Congonhas, Jardim Aeroporto, Brooklin Paulista e Vereador José Diniz, não sofreu paralisações até agora.

“Para o Pátio Água Espraiada há previsão de assinatura de contrato ainda este mês e retomada de obras em julho”, afirmou o governador. “Quanto aos sistemas, estamos aguardando só uma decisão judicial para retomar imediatamente. A Linha 17 teve interrupção não pelo governo – para nós, estava tudo ordem -, mas porque as empresas estão tendo dificuldade frente ao momento econômico que o País está vivendo”, justificou Alckmin.

Novo atraso

A Estação Morumbi ficará de fora dessa retomada e passará por nova licitação. Segundo o diretor de Operações do Metrô, Mario Fioratti, os técnicos da companhia constataram que a demanda prevista para aquela estação, que terá conexão com a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), estava subdimensionada. Sem informar números, explicou que os estudos apontam que a parada receberá mais pessoas do que o primeiro projeto suportaria.

“O projeto original não previa acesso direto da rua para a estação. O usuário teria de entrar pela Estação Morumbi (da CPTM)”, explicou Fioratti. “Serão duas estações independentes, interligadas por um mezanino que será construído”, continua o diretor. Essa nova estação será objeto de uma licitação exclusiva, que será lançada em breve, segundo o Metrô.

Um problema dessa natureza já aconteceu quando foi feita a conexão entre as Estações Paulista, da Linha 4-Amarela, e Consolação, da 2-Verde. Depois que a ligação entre as paradas foi aberta e a demanda nos túneis de conexão se mostrou maior do que o previsto, a companhia passou a adotar medidas como desligar as esteiras rolantes nos horários de pico, mudar o piso tátil para portadores de deficiência visual e instalar divisórias para organizar o fluxo de passageiros. Ao menos dois tumultos chegaram a ser registrados em 2014, por causa da superlotação no local.

Obras

A Linha 17-Ouro originalmente tinha previsão de alcançar 18 quilômetros de extensão. Ligaria a Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul do Metrô, na zona sul, à Estação São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela, na zona oeste – passando, no percurso, por Congonhas e pelas Linhas 5-Lilás (em obras) e 9-Esmeralda (da CPTM).

O Estado revisou a promessa, cancelando metade do ramal em dezembro. Agora, o único trecho previsto para sair do papel é entre Congonhas e a Marginal do Pinheiros, sem conexão com nenhum outro ramal metroferroviário, ao menos até a conclusão da Linha Lilás.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Obras de monotrilhos em SP atrasam, diminuem, e ficam até 83% mais caras

02/06/2016 - O Globo

Linhas Prata, na Zona Leste, perdeu 16 km e terá 8 estações a menos.
Linha Ouro, na Zona Sul, terá 11 km e 10 estações a menos.

Carolina Giancola, Alan Mendes e Philipe Guedes

As obras das duas linhas de monotrilho de São Paulo, a Linha 15-Prata e Linha 17-Ouro do Metrô, tiveram prazo de conclusão adiados, suas extensões reduzidas e uma elevação de preços por quilômetro em até 83%.

O prazo para a conclusão dos dois monotrilhos foi adiado. E mesmo quando estiverem prontas, as duas linhas vão ficar menores do que o governo do estado prometeu e vão custar mais caro. As informações são do SPTV.

O SPTV faz esta semana uma série de reportagens sobre mobilidade urbana. É o Anda SP, que vau falar das obras do Metrô, corredores e terminais de ônibus que estão atrasadas, paradas ou suspensas na Grande São Paulo.

Na Linha Prata, o trecho entre a estação Iguatemi, em São Mateus, e a Cidade Tiradentes foi suspenso. São 16 km e 8 estações a menos. O preço do quilômetro da linha subiu 70%, de R$ 206 milhões para R$ 354 milhões.

A Linha Ouro perdeu 10 km e 11 estações. O monotrilho agora vai ligar a estação Morumbi da CPTM ao aeroporto de Congonhas e não vai mais até o estádio Morumbi nem ao Jabaquara. O preço do quilômetro subiu 83%, de R$ 177 milhões para R$ 325 milhões.

A Linha Prata foi anunciada em grande estilo. Seria o maior sistema de monotrilhos do mundo. Ganharia do Metrô em tempo de construção pisca imagens obras paradas e em preço da obra.
Linha Prata do monotrilho (Foto: TV Globo/Reprodução)

Linha Prata do monotrilho (Foto: TV Globo/Reprodução)
A ideia era entregar o trecho até Cidade Tiradentes em 2012. Mas hoje o trem fica nesse vai e volta num trecho de 3 km entras as estações Oratório e Vila Prudente.

Para quem mora em um bairro da Zona Leste sobra só o ônibus como opção de transporte público.
O contador Diego da Silva Paixão diz que se pudesse viajar pelo monotrilho seria bem melhor, mais rápido e mais prático.

Monotrilho da Linha Prata atende a apenas 3 km (Foto: TV Globo/Reprodução)
Monotrilho da Linha Prata atende a apenas 3 km (Foto: TV Globo/Reprodução)


Outro esqueleto de monotrilho rasga a Zona Sul. A Linha Ouro, prometida para a Copa do Mundo de 2014, iria ligar o estádio do Morumbi ao Aeroporto de Congonhas.

Nesse tempo todo, o canteiro de obras já virou abrigo pra usuários de drogas, ponto pra desova de carro roubado, sem falar que rouba uma faixa de cada pista da Avenida Jornalista Roberto Marinho.  Fora o prejuízo que essa obra tá dando para os comerciantes da região.

Na Rua Rafael Iório, no Cambo Belo, a obra esconde uma locadora de carros instalada bem antes da obra do monotrilho começar.

Linha Ouro do monotrilho (Foto: TV Globo/Reprodução)
Linha Ouro do monotrilho (Foto: TV Globo/Reprodução)

“Isso está atrasando investimentos da nossa parte. A gente quer fazer reforma de loja, a gente quer fazer melhorias aqui, mas a gente não consegue porque a gente não sabe quando acaba esse transtorno que atrapalha essa qualidade de atendimento”, diz o gerente Douglas Vicentini. “A poeira que a obra proporciona deixa os carros mais sujos, eu tive que contratar lavadores de carro pra que o carro saia limpo da loja já”.

Valdir Sampel, do conselho de segurança de São Mateus, por onde vai passar a linha prata, diz que já convidou várias autoridades para participar das reuniões no bairro e que nunca ninguém da secretaria dos transportes metropolitanos apareceu.

“Nós esperávamos por parte do governador que viesse o Metrô. Como o Metrô não veio, veio o monotrilho. Achávamos que iria valorizar a região. Só que não está acontecendo isso. Sentimos que fomos enganados. São só promessas e nada mais”, diz.

O Metrô explicou que o atraso nas obras do monotrilho na Linha Prata se deu porque os projetos de três estações que ficariam sobre o córrego da Mooca tiverem de ser refeitos. "Durante o desenvolvimento do projeto básico imaginamos condições que mostraram que as fundações iriam interferir muito com a galeria. Foram condições estabelecidas durante o projeto executivo, que precisou fazer intervenção na galeria", explicou o diretor de engenharia Paulo Sérgio Amalfi Meca.
Na linha Ouro, segundo o Metrô, o problema foi com as empresas contratadas. "Rescindimos contrato com execução de obras de algumas das estações e do pátio porque as empresas não deram conta de cumprir as suas obrigações", disse o diretor.

Ônibus passa ao lado de esqueleto da Linha Prata do monotrilho (Foto: TV Globo/Reprodução)
Ônibus passa ao lado de esqueleto da Linha Prata do monotrilho (Foto: TV Globo/Reprodução)

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Scomi vai fornecer sistema de sinalização para Linha 17

01/06/2016 – Via Trolebus

A empresa Scomi em um comunicado feito nesta quarta-feira, 1º de Junho, anunciou que deve fornecer novos componentes para a Linha 17-Ouro. Serão fornecidos materiais referentes a sinalização, comunicações e fornecimento de energia.

Em 2013 a empresa de procedência malásia assinou contrato para a produção das composições do monotrilho na extensão entre o Aeroporto de Congonhas e a Estação Morumbi da CPTM. Os trens devem transitar sem operadores e terão velocidade máxima de 80 km/h, além de serem equipados com equipamentos de tração fornecido pela Strukton.

O material rodante deve ser produzido em sua fábrica em Taubaté. No seu comunicado, a empresa afirma que a abertura da linha é prevista para o primeiro trimestre de 2018, e que terá capacidade para 20.600 passageiros por hora/sentido.