domingo, 17 de abril de 2011

Linha de monotrilho da Zona Leste já “nascerá saturada”, diz vereador

17/04/11 - Nossa São Paulo, Por Airton Goes

Capacidade de transporte de passageiros do futuro sistema foi um dos principais temas da audiência pública que discutiu as obras da linha 2 verde. Metrô não enviou representante

As obras do monotrilho da linha 2 verde, que ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes, foram motivo da audiência pública realizada quarta-feira (13/4), na Câmara Municipal de São Paulo. Como a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) não enviou representante para participar do debate, os vereadores da Comissão de Política Urbana – órgão que convocou a audiência – fizeram vários questionamentos e alertas sobre o projeto que ficaram sem resposta.
Um dos principais pontos abordados na audiência foi a capacidade de transporte do futuro sistema. “A prefeitura diz que o monotrilho fará um carregamento de 40 mil passageiros por sentido/hora, podendo chegar a 48 mil”, lembrou o vereador Chico Macena (PT), antes de contestar: “Tenho pesquisado muito sobre o assunto e não existe, hoje, nenhum equipamento em uso no mundo que faça esse carregamento”.

Na visão do parlamentar, se a intenção da administração municipal é instalar um equipamento de monotrilho que ainda não existe, com a capacidade de transporte anunciada, o problema persiste. “Vamos partir para uma experiência na cidade de São Paulo?”, questionou.
Macena avalia que a demanda prevista pelo Metrô para a linha, de 500 mil viagens por dia, está subestimada. “O monotrilho vai custar mais caro que o previsto e já nascerá saturado”, alertou. Ele citou a obra que está sendo executada na Av. Anhaia Melo para criticar outra característica da via elevada. “O projeto urbanístico é horroroso, não é aquele desenho leve mostrado pelo Metrô em suas apresentações.”

Por fim, o parlamentar denunciou que no trecho 1 da linha, já em fase de construção, a exigência de compensação ambiental não está sendo cumprida e a legislação municipal sobre calçadas não foi respeitada. “A maioria das árvores plantadas, como medida compensatória para licenciar a obra, não sobreviveu e a empresa que trabalhou na área deixou calçadas com menos de 1 metro de largura”, relatou.

Segundo a assessoria de Macena, a região da Vila Prudente é a segunda com menor índice de área verde por habitante – a primeira seria a Subprefeitura da Sé. Além disso, a lei obriga que as calçadas tenham, no mínimo, 1,20 metro de área livre e, em locais de grande fluxo de pedestres, 1,50 metro.

O presidente da Comissão de Política Urbana, vereador Paulo Frange (PTB), registrou que o governo ainda não informou quantos moradores atingidos pelo projeto terão que deixar suas casas. “Não se sabe também como essas pessoas serão reassentadas.”

Frange citou ainda duas outras preocupações em relação ao monotrilho da região: o projeto irá impermeabilizar uma área de 11 mil metros quadrados do solo da cidade, que já é bastante impermeável, e não há estudos sobre o ruído do equipamento a ser instalado. “Como a região tende a se verticalizar e o veículo circulará a cerca de 30 metros de altura, é necessário discutir a possibilidade de se instalar barreiras para impedir ou minimizar o barulho”, sugeriu. Ambos parlamentares lamentaram a ausência do Metrô no debate.
O único representante da prefeitura a participar da audiência pública foi Hélio Neves, assessor especial da Secretária Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Ele explicou que a licença ambiental para o trecho 1 da linha do monotrilho, que terá 2,8 quilômetros, foi concedida pela Cetesb em 2008. “Depois disso, a responsabilidade foi delegada à secretaria”, informou.

Neves relatou que os trechos 2 e 3, que somam aproximadamente 20 quilômetros, ainda não tiveram a licença ambiental aprovada. “Foram realizadas três audiências públicas, uma em cada subprefeitura por onde passará a linha, mas o relatório do impacto ambiental e as possíveis medidas mitigadoras e compensatórias não foram decididas pelo Cades [Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz].” Ele acrescentou que não há prazo para isso ocorrer.

O assessor especial garantiu que as questões e sugestões feitas pelos vereadores relacionadas ao meio ambiente serão levadas à secretaria. Pouquíssimas pessoas participaram do evento e nenhuma delas solicitou a palavra para debater o tema.

Postado por Renato Lobo às 10:42

domingo, 10 de abril de 2011

Monotrilho do Grande ABC vai custar R$ 3,6 bilhões

08/04/2011 - Diario do Grande ABC

O primeiro passo para chegada do monotrilho ao Grande ABC será dado nos próximos dois meses, quando o governo do Estado publica edital para contratar a empresa responsável pela elaboração do projeto. A informação foi confirmada pelo deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que tratou do assunto nesta semana com o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

Segundo o deputado, a primeira parte do traçado vai ser construída no fim de 2012, ao custo de R$ 3,6 bilhões. "O monotrilho para o Grande ABC é prioridade número um em meu mandato", ressaltou o político.

O monotrilho, ou metrô leve, vai ligar a Estação Tamanduateí do Metrô, na Zona Sul de São Paulo, ao Alvarenga, em São Bernardo. Serão cerca de 19 estações. "A primeira parte das obras será o trajeto da (Estação) Tamanduateí do Metrô até o Centro de São Bernardo", informou Mornado.

A Secretaria de Transportes Metropolitanos confirmou as informações, porém, em nota esclareceu que ainda não existe estimativa sobres os imóveis que serão desapropriados ao longo do percurso.

"A linha vai ter capacidade para transportar aproximadamente 200 mil pessoas por dia, mas, claro, a capacidade vai aumentar gradualmente", falou o tucano.

Saindo da estação do Metrô, o monotrilho segue pela Avenida Presidente Wilson, continua pelas avenidas Guido Aliberti e Lauro Gomes, percorre o caminho do trólebus em São Bernardo e chega ao Alvarenga pela Avenida João Café Filho.

Fonte: Diario do Grande ABC

domingo, 3 de abril de 2011

Governo estuda modelo de trem para ligar metrô ao ABC

21/02/2011 - Uol

São Paulo - O secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, informou hoje que nesta semana deve ser definido o modelo do veículo sobre trilhos que ligará o metrô de São Paulo ao Grande ABC (SP). Fernandes disse que se reunirá nesta semana com os prefeitos da região para decidir se será adotado o modelo de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma espécie de metrô de superfície, ou de monotrilho.

De acordo com ele, provavelmente o padrão de monotrilho é o mais adequado para a região. "Nós esperamos que a empresa consultora nos dê elementos definitivos para que tomemos a decisão, se vai ser VLT ou monotrilho", disse. "Aparentemente, a impressão que se dá é que o monotrilho é o mais adequado." Mais cedo, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), havia antecipado que o monotrilho deve ser o escolhido e que, nos próximos dias, o projeto será enviado à assessoria técnica do governo de São Paulo.

De acordo com Marinho, a atual proposta está programada para ligar São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul à Estação Tamanduateí da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), da Linha 2 - Verde. O governo do Estado estuda a inclusão ainda de Santo André, o que deve ser determinado também nesta semana. Fernandes disse ainda que a previsão é de que as obras do empreendimento só sejam iniciadas em maio de 2012.

O secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e o prefeito de São Bernardo do Campo participaram hoje da entrega, pelo governo estadual, de 26 novos ônibus para o Corredor Metropolitano ABD, da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que liga Jabaquara, na zona sul da capital paulista, a São Mateus, na zona leste, passando por Santo André, São Bernardo e Diadema. O evento contou com a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Monotrilho da zona leste de SP já começa saturado

26/02/2011 - Folha de Sao Paulo

O monotrilho projetado para ligar a região do Oratório até a Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, a partir de 2014, já vai nascer quase saturado. A informação é de reportagem de Eduardo Geraque e Alencar Izidoro, publicada na edição deste sábado da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

O volume de passageiros esperado no sistema nos períodos de pico, logo após sua entrega, deve atingir 40.278 pessoas por hora -conforme previsto por estudo de impacto ambiental.

A demanda é considerada por especialistas excessiva para esse tipo de transporte.

A própria Bombardier, empresa canadense integrante do consórcio vencedor da licitação, afirma que esse sistema é feito para suportar até 40 mil por hora.

O Metrô, porém, defende ter feito a escolha mais adequada pelo fato de o monotrilho ser mais barato e mais rápido de implantar do que uma linha subterrânea.

Editoria de Arte/Folhapress