quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Estado espera por aval à Linha 18 até fim do mês

18/01/2016 – Diário do Grande ABC

O governo do Estado de São Paulo espera que a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), do Ministério do Planejamento, dê aval até o fim do mês ao pedido de empréstimo de US$ 182,7 milhões (R$ 739,17 milhões) para iniciar as desapropriações para construção da Linha 18-Bronze (Djalma Dutra-Tamanduateí), que ligará o Grande ABC ao sistema metroviário da Capital. A obra, prevista para 2018, deve ser entregue só em 2020.

A Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo aguarda desde o primeiro semestre de 2015 autorização da Cofiex para contrair o empréstimo. O órgão é que determina se o ente público possui capacidade financeira para arcar com o pedido de se endividar e o posterior pagamento do passivo.

“No dia 14 de agosto, o Ministério da Fazenda retirou de pauta os pleitos de novos empréstimos ‘a entes subnacionais’, o caso da Linha-18, justificando o momento econômico atual e o vultuoso volume de operações de crédito demandadas”, ponderou o governo estadual. Segundo a União, não há prazo para liberação do empréstimo.

A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) corre para obter autorização porque o contrato assinado entre o governo estadual com o Consórcio Vem ABC, responsável pela obra, tem de ser ativado até agosto. Há risco de o acordo ser nulo, embora as partes acreditem ser pouco provável que isso aconteça.

Na semana passada, o governo do Estado suspendeu por um ano o início das obras para expansão da Linha 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena) até Guarulhos. A alegação é a de que a União tem priorizado projetos em andamento por causa da crise econômica.

No caso da Linha 18, o governo Alckmin descartou a possibilidade de suspensão no momento. A obra está avaliada em R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 1,92 bilhão dividido entre Estado e União e R$ 1,92 bilhão do consórcio – o contrato é por meio de PPP (Parceria Público Privada).

Também no ano passado, secretário nacional dos Transportes, Dario Rais Lopes, argumentou que falhas técnicas existentes em modais de monotrilho geraram preocupação do governo de Dilma Rousseff (PT) e, por isso, o departamento optou por segurar a liberação de dinheiro à Linha 18.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Empreiteiras abandonam obra de monotrilho

18/01/2016 – Valor Online

O Metrô de São Paulo rescindiu contrato com o consórcio formado por Andrade Gutierrez e CR Almeida para a construção de parte da Linha 17-Ouro, que liga o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi da CPTM, na zona Sul da capital paulista. O Metrô diz que as empreiteiras abandonaram a obra e pode multar o consórcio em mais de R$ 100 milhões. É o segundo caso de abandono de obras do Metrô em seis meses. O primeiro foi anunciado em julho, quando o governo rompeu, por atraso, contrato que tinha com a espanhola Isolux para a construção de estações da linha 4-Amarela.

Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a Andrade Gutierrez e a CR Almeida abandonaram as obras do monotrilho no fim do ano. As companhias eram responsáveis pela construção do pátio de manobras de trens e por três das oito estações. Procurada, a Andrade Gutierrez não quis comentar. Já a CR Almeida retornou os pedidos de entrevista. As duas empresas estão sendo investigadas pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava-Jato, que apura desvios em contratos da Petrobras.

O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo está preso desde junho. Na quinta-feira passada, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, negou habeas corpus a Azevedo e Elton Negrão, outro executivo da construtora.

A CR Almeida é uma das empresas citadas em planilha apreendida no escritório do doleiro e delator Alberto Youssef – peça central da Operação Lava-Jato – em São Paulo, que relaciona 747 projetos suspeitos de irregularidades em estatais, órgãos públicos estaduais, prefeituras e empresas privadas.

Vistorias feitas pelo Metrô no começo de dezembro indicaram o abandono da obra do monotrilho. Ao longo do mês, as empresas foram notificadas para retomar os trabalhos, o que não ocorreu. Na semana passada, as empresas formalizaram a saída alegando dificuldades para executar as obras dentro do orçamento previsto.

A construção do pátio era orçada em mais de R$ 268 milhões e recebeu aditivo superior a R$ 48 milhões. Já as três estações custariam mais de R$ 129 milhões, mas o valor da obra foi reduzido para quase R$ 120 milhões. Do total de R$ 436 milhões das obras, R$ 199 milhões foram pagos até dezembro.

O Valor apurou que o Metrô vai procurar o segundo colocado na licitação das obras para ver se há interesse em assumir os trechos abandonados pelas construtoras. No caso das estações da Linha 4, o governo paulista foi obrigado a lançar um novo edital. O monotrilho foi prometido para ser entregue antes da Copa de 2014, ligando Congonhas ao bairro do Morumbi. Após adiamentos, a expectativa é que parte das obras seja concluída no ano que vem e outra em 2019.