07/11/2012 - Repórter Diário
Durante a audiência, detalhes do projeto da Linha-18 foram apresentados
A audiência pública realizada nesta terça-feira (06/10) para apresentação de estudo preliminar de impacto ambiental e de detalhes do projeto da linha 18-Bronze, que ligará a região do ABC à capital paulista, foi marcada por manifestações da prefeitura de São Caetano e do Instituto Mauá de Tecnologia, que pleiteiam mudanças na localização das futuras estações Mauá e Goiás.
Fábio Sampaio Bordin, superintendente de Planejamento e Desenvolvimento do Instituto Mauá de Tecnologia, fez uso da tribuna para lembrar das discussões da instituição junto à entidade responsável pela obra, por conta da fixação da estação Mauá na região das avenidas Guido Aliberti e Estrada das Lágrimas, na divisa entre São Caetano e São Bernardo, local de trânsito intenso. "A localização da estação Mauá projetada em frente à universidade pode aumentar o tráfego consideravelmente, pois está fixada em região que é pouco estudada. Esperamos que esse projeto seja amadurecido", disse Bordin. A sugestão é que a estação seja construída entre as ruas José Salustiano Santana e Capivari.
Iliomar Darronqui, secretário de Mobilidade Urbana de São Caetano, também lembrou das tratativas junto ao Metrô e endossou a sugestão de Bordin, incluindo a expectativa de mudanças na futura estação Goiás. "A Avenida Almirante Delamare com a Guido Aliberti é uma das principais saídas de São Caetano para São Paulo. A nossa sugestão é que a estação Goiás fique entre a rua Professora Maria Macedo e a avenida Guido Aliberti, perto da estação rodoferrovirária", apontou.
Durante a audiência realizada no CEU Meninos, em São João Clímaco, na capital, detalhes do projeto da Linha-18 e do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), desenvolvido pela empresa Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental, foram apresentados.
O Metrô informou que o estudo preliminar está na primeira fase de licenciamento ambiental pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e que seguirá, posteriormente, para análise do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), para então obter licença prévia.
Impacto ambiental
O EIA/RIMA apontou a existência de 59 áreas possivelmente contaminadas. Duas receberam destaque: a região onde será construído o pátio Tamanduateí, nas proximidades da Estação Tamanduateí, onde se localizam as Indústrias Matarazzo, e uma área na proximidade da futura Estação Alvarenga.
Duas áreas com riscos de alagamentos também foram identificadas. A primeira, próximo à futura estação Goiás. A segunda, entre as futuras estações Café Filho e Capitão, nas proximidades da Av. Presidente Café Filho, em São Bernardo.
De acordo com o estudo, 1382 espécies arbóreas localizadas no trajeto da linha foram cadastradas, além de 33 espécies de aves que, de acordo com o estudo, não serão afetadas diretamente pelo empreendimento.
O documento ainda revela que 62% da área diretamente afetada pela construção do monotrilho ficam em locais desocupados ou ocupados por indústrias; 13% são ocupados por comércio, 16% por residências populares e 9% por residências de padrão médio. Ainda não é possível listar os locais que precisarão ser desapropriados.
No ABC, há cópias do EIA/RIMA para consulta, até o dia 13 de novembro, no Conselho Municipal de Política Urbana, em Santo André, na Biblioteca Pública Municipal Monteiro Lobato, em São Bernardo e no Terminal Rodoviário Nicolau Delic, em São Caetano.
A segunda audiência está marcada para a próxima quinta-feira (8), às 17h, na Associação Comercial e Industrial de São Bernardo (Rua do Imperador, 14, Nova Petrópolis).
O projeto
A primeira fase da linha 18-Bronze seguirá da Estação Tamanduateí (Linha 2-Verde) até o Paço Municipal de São Bernardo. Com 14 km de extensão e 12 estações, o projeto ainda contará com a construção de dois pátios de estacionamento-manutenção (um na região do Tamanduateí e outro, no Alvarenga). Cada trem terá 75 metros de comprimento, com capacidade para transportar 840 passageiros. A expectativa é que de a demanda atinja 340 mil passageiros, em 2030.
Com início das obras previsto para 2013, o projeto foi escolhido em abril deste ano como uma das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de Mobilidade Urbana. O projeto tem valor total de mais de R$ 4 bilhões, sendo que cerca de R$ 1,2 bilhão serão financiados pela Caixa Econômica Federal e mais R$ 400 milhões serão provenientes do Orçamento Geral da União. A contrapartida do Estado será de mais de R$ 2,3 bilhões.
O trajeto total será de 20 km, que deverão ser percorridos em 35 minutos. Estão previstas 18 estações, que atenderão aos bairros Jardim São Caetano e Mauá, em São Caetano; Vila Palmares, Sacadura Cabral, Vila Scarpelli e Jardim Bom Pastor, em Santo André, e Baeta Neves, Centro, Ferrazópolis e Alvarenga, em São Bernardo.
A Linha 18-Bronze terá integração nos dois terminais de São Bernardo, no terminal Ferrazópolis e na Estação Tamanduateí.
(Colaborou Cíntia Alves)
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