03/12/2011 - Folha Vip
Novos questionamentos surgem a cada movimentação dos tratores e guindastes que já mudaram completamente o cenário do local.
Por Gerson Rodrigues e Kátia Leite
Desde que de 185 árvores foram arrancadas em setembro do amplo terreno onde funcionou a fábrica da Linhas Corrente, no Jardim Independência, moradores do entorno passaram a acompanhar atentamente as obras de construção do pátio de trens do monotrilho que vai funcionar no espaço. E novos questionamentos surgem a cada movimentação dos tratores e guindastes que já mudaram completamente o cenário do local.
Atualmente, uma das dúvidas levantadas pelos vizinhos é se o Metrô, responsável pelo projeto do monotrilho, estaria avançado a área previamente definida para a instalação do pátio e se sobrará espaço para o parque que a Prefeitura promete implantar no restante do terreno.
“Moro no Jardim Independência, de onde posso ver toda área da antiga Linhas Corrente. Começaram coma uma faixa de cerca de 100 m de largura. Avançaram em parte desta faixa, em mais uns 100 m. Agora vemos que estão ainda mais ao fundo do terreno. Nos parece que sobrará muito pouco para um futuro parque”, comenta Elinaldo Ramos de Lima Magalhães, via e-mail encaminhado à Folha que o repassou ao Metrô.
Embora a comunidade reconheça a importância e a necessidade da obra, o impacto ambiental gera indignação. “Acabaram com uma extensa área verde da nossa região, que abrigava várias espécies de pássaros, entre outros animais, além de árvores frutíferas. Se a intervenção foi no bairro, a compensação ambiental tem que ser localizada e restrita ao entorno”, defende o comerciante Armando Gonçalves, que mora no Jardim Independência há mais de 40 anos.
O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que foi secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, afirma que os números apresentados na compensação ambiental estão abaixo do esperado e acusa ainda que a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba não estaria dando a devida atenção ao caso. “Os locais que receberão as árvores devem ser estipulados pela Subprefeitura, o que ainda não ocorreu. Isso é muito importante e está sendo tratado com pouco caso”, afirma Diogo.
Em resposta, o Metrô encaminhou, com exclusividade à Folha, no início da noite de ontem, duas maquetes eletrônicas (publicadas nesta página e na capa) que demonstram como ficará o pátio Oratório após sua conclusão. Foi informado ainda que o projeto sofreu alteração de traçado pela necessidade de preservação de um maciço de árvores nativas existente numa parte do terreno, por solicitação da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Assim, o Metrô desapropriou uma área adicional e o Pátio Oratório será implantado numa área total de 95.752 m².
Foi ressaltado ainda que a compensação ambiental será feita de acordo com o estabelecido no Termo de Compensação Ambiental TCA 169/2010, aprovado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente, que estabelece o plantio interno (ou conversão em obras de requalificação) de 576 mudas de 3 cm de diâmetro e a conversão de 2398 mudas, do mesmo porte, em obras e serviços necessários para implantação de áreas verdes no entorno do empreendimento.
O Metrô também alegou que está aguardando a definição, por parte da Subprefeitura de Vila Prudente, dos locais para plantio e/ou de projetos de requalificação para a devida conversão.
Indagada, a Subprefeitura de Vila Prudente respondeu que já fez a indicação de algumas áreas. No entanto, o órgão municipal citou locais fora do Jardim Independência, como as ruas das Heras, Mimosas e Giestas, onde inclusive já ocorreram os plantios. Não foi informada a quantidade de mudas plantadas.
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