25/06/2012 - Via Trólebus
Um prédio com 68 apartamentos esta no caminho da Linha 17 – Ouro. Cada um dos imóveis deste prédio são avaliados em R$ 490 mil. Trata-se de uma das seis torres do Condomínio Andalus. O prédio deverá ser desapropriado e demolido, o que deverá custar cerca de R$ 33,3 milhões aos cofres públicos.
O prédio recebeu o alvará de execução de nova edificação no dia 14 de novembro de 2009, antes da definição do traçado do monotrilho. Já o Metrô usou essa planta para fazer o projeto do monotrilho, divulgado em 2010, onde apenas uma pequena área de cerca de 13 metros de largura seria desapropriada do terreno do empreendimento. Para não ter de desapropriar o prédio inteiro, a companhia escolheu exatamente onde estava sendo prevista a construção de uma área verde, como um jardim interno ao edifício.
Só que durante o andamento do processo referente ao alvará de execução, houve uma mudança nas plantas fornecidas pela dona do empreendimento, a empresa Cyrela. O que acabou aprovado, sendo diferente daquele usado pelo Metrô para fazer o traçado do ramal ouro. Na nova configuração, a área verde não existe mais e uma das torres ocupa o local. O prédio está quase pronto e a previsão de término, segundo a construtora, é o fim deste ano.
Empresa queria mudanças no traçado do Monotrilho
Agora o Ministério Público Estadual (MPE) quer saber de quem é a responsabilidade por esse prejuízo, já que o estado terá que arcar. Um dos investigados é o setor comandado pelo ex-diretor Hussain Aref Saab, investigado por acumular mais de 125 apartamentos em sete anos, que era responsável por aprovar todos os empreendimentos com mais de 1,5 mil m² na cidade. A Promotoria quer saber por que o órgão aprovou a construção de um prédio onde já estava sendo prevista a passagem do monotrilho.
De acordo com o MPE, uma das hipóteses é que a Cyrela queria forçar uma mudança no traçado do monotrilho. Um croqui desenvolvido pela construtora no primeiro semestre de 2011, em desacordo com parâmetros do edital de construção do monotrilho, mostrava que a desapropriação seria realizada quase que inteiramente sobre o terreno do São Paulo Futebol Clube que fica no outro lado da rua.
Por Renato Lobo
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