sexta-feira, 15 de junho de 2012

Debate sobre o monotrilho agita a Alesp

06/06/2012 - Metrô News

Audiência começou às 18h13 com a manifestação dos moradores que em coro reivindicavam já falei, vou repetir, é monotrilho que queremos aqui


por Marcela Fonseca

O assunto tem causado polêmica. A implantação do monotrilho na Zona Sul foi tema de audiência pública realizada na última semana na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Protestos e manifestações de torcidas contra e a favor marcaram a sessão. De um lado, moradores da comunidade de Paraisópolis defendendo a sua construção. Do outro, moradores de outros bairros e entidades da sociedade civil cobrando que seja expandido o Metrô.

A audiência começou às 18h13 com a manifestação dos moradores que em coro reivindicavam “eu já falei, vou repetir, é o monotrilho que queremos aqui”.

Eles se referiam à região do Morumbi que está em discussão para a construção do trecho 3 da Linha 17-Ouro, que ligará a futura estação São Paulo/Morumbi da Linha 4-Amarela do Metrô à estação Morumbi da CPTM.

Em protesto, os contrários à implantação revidaram com vaias. Em clima de amistoso de futebol, a audiência mostrou o quanto a população está dividida em relação à nova construção. “Estamos aqui para discutir qual o modal mais adequado. Precisamos ir direto ao assunto”, disse o deputado estadual Ricardo Izar (PSD), que solicitou a audiência na Alesp. Izar apontou inconstitucionalidade na construção do monotrilho, alegando que os recursos colocados à disposição foram destinados em consequência da Copa, que será no País em 2014. “Entendo que há aí uma inconstitucionalidade, já que não ficará pronto para a tempo para a Copa”, diz.

Líder comunitário pede monotrilho

Favorável à construção do monotrilho na Linha 17-Ouro, Gilson Rodrigues, líder comunitário de Paraisópolis, fez a defesa do sistema. Segundo ele, será útil para os trabalhadores.

“Estamos lutando por esse projeto, que é viável para a região e que vai atender a 500 mil pessoas por dia. Essa é uma solução que abre caminho para o Morumbi. É lá que a população tem dois, três veículos para fugir do rodízio (municipal de carros). Precisamos que rapidamente o monotrilho chegue à nossa região para ajudar 500 mil trabalhadores. Com o monotrilho vamos gastar 15 minutos para chegar à Avenida Paulista”, afirmou.

Horas antes, moradores fizeram manifestação na Praça Roberto Gomes Pedroso, em frente ao Estádio Cícero Pompeu de Toledo, no Morumbi.

Defenda São Paulo é contra a linha

Integrante do Movimento Defenda São Paulo, Márcia Varioletti durante a audiência pública enumerou alguns problemas do projeto do trecho 3, da Linha 17-Ouro. “Esse trecho apresenta falhas de planejamento. Há pouca informação sobre a obra, sua adequação. Usa-se no texto ‘deverá ter’ e não se esclarece os impactos, nem eficiência. Falta definição do traçado”, diz Márcia.

Contra o monotrilho e a favor do Metrô está a advogada Camila Barreto, do ‘Movimento Morumbi contra o monotrilho’. Segundo ela, o monotrilho não suportará a demanda da região. “Na Vila Andrade, até o fim do ano, 18 novos empreendimentos de uma única construtora serão inaugurados. São 1.450 novos apartamentos. Precisamos de Metrô”, defendeu.

O Sindicato dos Metroviários, por sua vez, faz restrições: os novos trens do Metrô não possuem condutor. “É insuficiente para o transporte de massa. Nos opomos principalmente porque querem implantá-lo sem que haja um operador”, diz o diretor do sindicato André Soares.k 

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